Cliente da Advocacia Sandoval Filho lamenta a falta de pagamento dos precatórios

O não pagamento dos precatórios alimentares por parte do governo do Estado de São Paulo já é algo conhecido. Com a aprovação da Emenda Constitucional nº 62, que alterou as regras para esse pagamento, os idosos e credores com doenças graves têm preferência no recebimento. Mesmo assim, essas pessoas não estão recebendo o que lhes é devido. Um exemplo é Iraides de Andrade Rocha, de 74 anos. A cliente da Advocacia Sandoval Filho contou um pouco do que sente ao Jornal da Tarde. Veja a reportagem.

Jornal da Tarde – 07/05/2010

Aposentado de 70 anos, espera na fila desde 2000

O aposentado Luiz Ribeiro, 70 anos, trabalhou por 30 anos no antigo Centro Tecnológico de Saneamento Básico e espera há pelo menos uma década o pagamento de um precatório alimentar.

“Pleiteio o pagamento há pelo menos dez anos. Ganhei o direito em 1995 e entrei na fila do setor em 2000, mas parece que o pagamento parou em 1998. Ou seja, até hoje o Estado não me pagou”, diz o aposentado.

O regime especial deu esperança a Ribeiro, pois a expedição de um dos precatórios que pleiteia foi feita quando ele já tinha 65 anos. Porém, passados alguns meses, Luiz se revolta com a indefinição dos pagamentos e reclama.

“Será que temos que estar morrendo para o Estado nos pagar? Falam que o pagamento pode ficar para a família, mas isso não interessa. Fui eu que trabalhei a vida inteira e gostaria de desfrutar desse direito”, queixa-se. “Minha situação está ruim. Usaria o dinheiro para pagar dívidas no banco e reformar minha casa”, completa.

A aposentada Iraides de Andrade Rocha, 74 anos, trabalhou durante anos como servidora pública na função de professora e também tem precatório alimentar para receber do Estado. Pela idade, ela tem prioridade no pagamento. Sem saber quando irá receber o montante, ela se diz cansada com a situação.

“Minha família é muito pequena, sou regrada nos gastos. Não tenho passado necessidades, mas sei de gente que contava com o dinheiro e morreu antes de recebê-lo. Há quem ajude na educação dos netos”, explica. “Minha advogada disse que talvez em julho eles irão pagar. Resta aguardar”.

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